sexta-feira, 30 de abril de 2010

O ESPANTO

Espanto é o encontrarmos a agulha no palheiro.

Espanto é conseguirmos entrar em casa com a porta murada.

Espanto é provavelmente o único sentimento para o qual desconheço palavra descritiva.

Percebem o que quero dizer?

Não?

Então imaginem que são funcionários do Estado. Que são vereadores. Prometem servir o povo e são pagos para isso com o dinheiro do povo. E imaginem que um dia chega à vossa beira um senhor, que não é Jesus Cristo, note-se bem, e que vos diz em surdina "Quero que seja feita a minha vontade... mas não me deixam. Toma lá estes 200 mil euros e dá um jeitinho para que assim seja como no Céu".

O vereador, espante-se, contra a tradição sagrada e popular, e para espanto geral da Nação, resolve denunciar esse senhor pouco católico que, por acaso, até é um empresário. Evidentemente, começa logo o tal povo, o que paga com vida de escravo a vida do Céu, a duvidar da sua, dele, sanidade mental.

Entretanto o empresário em questão é apanhado em flagrante delito, como se costuma dizer. É aberto um processo que durante 4 anos se arrastará nos tribunais. Quatro anos para provar o que foi provado pelo flagrante... Quatro anos de salários, de advogados, de custas, de selos, de papeis, de transportes, de juizes, de reuniões, de inquéritos...

E quando parecíamos ter esquecido que há gente desonesta à nossa volta, a Suprema Justiça na Terra, na pessoa do presidente do Tribunal da Relação vem dizer, e passo a citar, que neste caso "não se preenche a factualidade típica do crime de corrupção activa de titular de cargo político".

Segundo os juízes da Relação, "os actos que o arguido (leia-se: o honrado senhor empresário) queria que o assistente (leia-se: o veriadorzeco) praticasse, oferecendo 200 mil euros, não integravam a esfera de competências legais nem poderes de facto do cargo do assistente".

Ou seja, e passo a explicar, para o espanto de quem possa não ter entendido: A culpa da corrupção falhada é do vereador que, para infortúnio da riqueza do empresário, não tinha poderes para executar o "favor" que lhe estava a ser comprado com os 200 mil euros em questão. Por outras palavras, o empresário é inocente não porque não tenha tentado corromper o vereador (ficou provado que tentou!!), mas porque a tentativa foi mal dirigida, pois o vereador nada poderia realmente ter feito sendo, neste caso, o suborno inofensivo.

Permitam-me aqui um pequeno aparte para chamar os juizes que chegaram a esta brilhante conclusão de filhos mal paridos de grandessíssima mula!!

Mas, então. não terão eles na sua mentecapta inteligencia coagitado, por puro exercício mental, a remota possibilidade de o vereador, que não tinha poderes, chegar à beira de quem de facto teria e dizer "Houve lá, amigo... tenho aqui 200 mil, dividimos a meias e tu fazes a vontade dele... e depois vamos beber umas bejecas à conta"?

Não... Estes juízes, que têm gosma de lombriga no lugar de massa cinzenta, acreditam que as renas do Pai Natal voam e que corrupção é como eles: que não sai do cagalhão onde se aloja!

Não, srs. drs. juízes, a corrupção é como o vento: se não for desligada a ventoinha, não pára de soprar e de despentear-nos as ideias com benefícios facilmente muito caros.

E os senhores não pensem em condenar-me por difamação porque, não sendo V. Exas. filhos de uma grandessíssima mula (ou puta, ou vaca, tanto faz!), que deveria tê-los abortado com uma agulha de tricô enferrujada aos oito meses de gestação, não terá o meu insulto competência legal nem poderes de facto para os insultar com o que quer que seja!

Não é?

É a vossa competência de ofendidos que os senhores deverão julgar durante alguns anos e não a minha tentativa de ofensa profundamente sincera! A culpa de não serem filhos mal paridos de uma mula é vossa e da vossa mãe! Não minha! Afinal, não é a intenção que conta, nem de boas está o inferno cheio, ao contrário do que pensa o povo, que é gentinha distraída e de justiça não entende nada.

Certa vez, à mesa de um café, que é sempre à mesa de um café que as coisas importantes acontecem neste país, uma pessoa, completamente descrente da nossa Justiça e perante quem eu tentava defender o estado de Direito e as insituições que, teoricamente, têm como função afastar de nós o instinto animalesco da lei pelas próprias mãos, disse-me, em resposta ao meu pedido de tratamento igualitário para com o mais rele dos criminosos: "Eu estou-me a cagar para o direito dos violadores de crianças!"

Os senhores, abortos do Direito português, tiraram dela as palavras da minha boca: Eu estou-me a cagar para as competências do vereador em questão, que não são elas que minam esta sociedade que eu idealizo mais justa e para a qual pago os meus impostos!!

E agora prendam-me se quiserem...

Isto é espanto!

Perceberam?

domingo, 25 de abril de 2010

Semente Esquecida

Inventar a luz do dia que nasceu puro e limpo,
Vermelho do cravo
E do sangue das entranhas da mãe.

E respirar o mar que temos por oceano,
Vivendo abraçada a ti,
País meu, que és jangada de ninguém...

sábado, 24 de abril de 2010

Todo o Garve!

Às vezes gostaria que me explicassem, como se eu fosse muito, mas mesmo muito burra, porque é que uma coisa que é, às vezes é e outras vezes não é.

A sério...

Por exemplo: cai o Carmo e a Trindade porque alguma publicitária mente, que eu pessoalmente achei brilhante, criou um logotípo dirigido aos estrangeiros que nada mais era que isso mesmo: um logotipo para estrangeiro ver - Allgarve.

All garve... o Garve que é de Todos! Eles que venham all deixar cá o graveto que o Garve agradece!... Pareceu-me bem apanhada.

Mas eis que as imperiosas vozes patrióticas, que tanto fazem e sempre fizeram pelo reino de Portugal e dos Garves, logo se indignaram que qualquer dia estariamos a deturpar o nome da própria mãe.

Da mãe deles, não sei, da minha podem deturpar que, acredito, ela seria a primeira a fazer do Olga um Elga se isso lhe aumentasse a miserável pensão que a esses defensores da pátria tanto tira o sono.

Pois bem, mães à parte, que a minha não é para andar na boca deles, gostaria de saber onde estão agora esses incorruptíveis filhos da nação quando a seleção nacional - veja-se a palavra NACIONAL - tem a representá-la a nível mundial (não a nível de uma Inglaterra de turistas que por cá começam a levar porrada e a perder os filhos) uma canção... em inglês!!

E uma canção mil vezes batida e rebatida desde a Oprah às rádios anglo-saxónicas. Haja orgulho pátrio na última flor do Lácio e originalidade vendida nas mentes que voaram com a barcarola!

Onde estão agora os indignados Allgarvianos? A aprender o hino da seleção para, perante o mundo, mostrar o orgulhoso peito luso que tão bem canta em inglês quanto lambe cus?

Que vergonha, meu Deus, que vergonha que eu tenho de algumas destas línguas e de todos estes cus!

terça-feira, 20 de abril de 2010

Hoje sou ibérica!

Que os ditadores queiram governar para sempre, eu até consigo entender, mas que a Melani, a mulher do António Banderas, seja viciada noutra coisa que não nele, ultrapassa a minha compreensão de simples mortal.

Melani: Devolve o Banderas à Península Ibérica, sua... sua.... ingrata!!

domingo, 18 de abril de 2010

E ainda há quem tenha dúvidas...

A minha mãe telefonou-me só para dizer que o Glorioso, leia-se Benfica, ganhou por 3 a 2.

E mais não quis dizer porque "tinha de ver os comentários e reportagens do rescaldo" (sic.).

Imagine-se o tráfico maternalmente telefónico que hoje se criou. E ainda há quem duvide que este seja o maior clube do mundo!!... Pfff....