quinta-feira, 24 de junho de 2010

Coisas a não esquecer no futuro:

Ter sempre uma amiga sábia à mão, com o conselho necessário, quando precisamos de tomar uma decisão importante!

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Fazes da vida... (com "z" mesmo)

Estou em fermentação...

sexta-feira, 18 de junho de 2010

O Dia da Morte de José Saramago

Hoje não era dia para eu escrever aqui, mas há dias que não são para a coisas que têm de ser. São dias para se continuar com a inutilidade das coisas importantes sem dia nem hora marcada que não podem perder 5 minutos da vida para me deixarem escrever aqui. Há dias assim, que marcam nos olhos o escuro da alma. Dias iguais aos outros que, sem mudarem, nos mudam, como o de hoje. O dia de hoje mudou-me de dia, mudou-me a mim, ter-me-á, quiçá, que estas palavras em extinção tem de ser usadas para continuar em desuso, mudado a vida? Nunca ninguém público, como se nós privados fôssemos, me doeu tanto morrer como o parar do suspiro teu, a quem os pais ou, talvez, - não sejamos repetitivos com o quiçá - um padre bêbedo, que nisto dos nomes, de todos os nome, nunca se sabe, deram a graça de José. Nome simples, pouco dado a estrelato, de homem simples. Homem de amores e de ódios, de paixões, homem de cara e punho cerrados, mas mão aberta sobre o papel-ferramenta da qual fez bomba lírica, homem, que não abria a boca ao sabor do vento, como a minha, pecadora sem credo, mas ao sabor do sabor das coisas sérias da alma e do corpo. Homem aberto ao mundo, ao humano, aos dedos na escrita, aberto ao vazio da letras que deixa a preencher as várias vidas que todos viveremos, por menos ou mais que vivamos, que isto da vida nada mais é que letras de dias e de meses onde se vai, naturalmente, escrevendo o nosso nome, traço a traço, até ao fim do apelido. Hoje, na minha vírgula pôs-se o ponto final do teu nome Saramago. Pois que seja uma vírgula a mudar-me, que saudades tua não terei: tenho cá a tua escrita para as horas do impacientes folhear dos meus dedos. Adeus, meu amigo, permite-me que assim te chame, pois inimigos não fomos e meios-amigos não há, que isso de meias palavras nunca fez parte do teu dicionário, pelo que amigos seríamos, com certeza.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

O Vazio

A sério que deveria haver uma lei celestial que proibisse certas pessoas de sairem da nossa vida. Certas pessoas que nos são vitais. Que fazem pacto de vida connosco. Elas podem casar, ter filhos, ir para longe, enriquecer ou empobrecer, amar outras pessoas e tudo mais. Mas nós, nós seriamos sempre o centro daquilo que construímos com elas. E sair desse centro, acontecesse o que acontecesse, deveria ser proibido!

Bem... isto seria, claro, muito bonito, num mundo tipo manicómio, onde andaríamos todos loucos se não pudéssemos por vezes afastar-nos de pessoas que até gostamos. É vital que nos afastemos... às vezes até de nós mesmos!

Mas o mundo de que eu falo é diferente.

Como vou agora olhar para a caixa de emails sem esperar nada dele? Como vou olhar sem sorrir para as pequenas coisas que ele gosta? Como vou?...

Sei que isto parece conversa de dor de corno. Mas não é! Nem mesmo é dor. Antes fosse. Seria algum sentimento. Mas é muito pior... É um vazio. É um buraco, um buraco na alma...

Em doze anos, hoje foi o primeiro dia que não esperei email dele. Sabia que não ia chegar. Nem queria que chegasse. No entanto, levei o dia a abrir a caixa do correio... como se a memória insistisse em não funcionar.

O meu cérebro e coração que se entendam, que eu vou tentar dormir.

Nada do que eu digo faz sentido?

Se conhecessem a pessoa que eu conheço, faria!

Este vazio... este grande vazio... e a solidão, ganhando cada vez mais terreno.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

O Público e o Privado

Há coisas por contar.
Muitas coisas.
Claro que não todas as coisas, que isto não é um diário, é um site público, e há coisas privadas. Mas as coisas, tal como as conversas, são como as cerejas - come-se uma e vem outra atrás. Entre privadas e públicas, algumas se hão de salvar da censura interna.

No entanto o tempo, ao contrário dos chapéus, é pouco. Estarei, se entretanto não for despedida, no teatro de Almada até ao final do Festival Internacional de Teatro. Estou a tratar dos textos dos russos e vou ajudar a montar a luz pois "eu pareço gostar de luz", segundo o diretor do teatro.

Pois pareço...

*aqui tive vontade de chorar e de partir a casa toda*

Estive em Paris, cinco dias. Cinco maravilhosos dias. Com uma pessoa maravilhosa (aqui entra o privado).

Fiquei com vontade de reaprender francês.

Fiquei também com vontade de ter muito dinheiro para poder viver entre Lisboa, São Paulo e Paris (com umas escapadas à Rússia para treinar a língua).

Acho que tenho de começar a executar este plano! A primeira coisa que tenho de fazer é arranjar um trabalho bem pago. Sim, parece-me um bom plano! (que não pensem que isto no teatro me está a pagar as contas, que não está. Já ouviram falar do amor à arte e do medo à loucura? Pois é.... por amor à arte e para não ficar louca estou a aceitar qualquer coisa, só para poder estar com pessoas, falar com pessoas, ver pessoas... ah... as pessoas).

O Eduardo... sim... o Eduardo escreveu-me. O Eduardo eternece-me a alma. E mais não digo que é privado.


PS - Não é engano não, é "eternece-me" mesmo!! Ou pensam que é só o Mia Couto que pode?