quinta-feira, 10 de junho de 2010

O Vazio

A sério que deveria haver uma lei celestial que proibisse certas pessoas de sairem da nossa vida. Certas pessoas que nos são vitais. Que fazem pacto de vida connosco. Elas podem casar, ter filhos, ir para longe, enriquecer ou empobrecer, amar outras pessoas e tudo mais. Mas nós, nós seriamos sempre o centro daquilo que construímos com elas. E sair desse centro, acontecesse o que acontecesse, deveria ser proibido!

Bem... isto seria, claro, muito bonito, num mundo tipo manicómio, onde andaríamos todos loucos se não pudéssemos por vezes afastar-nos de pessoas que até gostamos. É vital que nos afastemos... às vezes até de nós mesmos!

Mas o mundo de que eu falo é diferente.

Como vou agora olhar para a caixa de emails sem esperar nada dele? Como vou olhar sem sorrir para as pequenas coisas que ele gosta? Como vou?...

Sei que isto parece conversa de dor de corno. Mas não é! Nem mesmo é dor. Antes fosse. Seria algum sentimento. Mas é muito pior... É um vazio. É um buraco, um buraco na alma...

Em doze anos, hoje foi o primeiro dia que não esperei email dele. Sabia que não ia chegar. Nem queria que chegasse. No entanto, levei o dia a abrir a caixa do correio... como se a memória insistisse em não funcionar.

O meu cérebro e coração que se entendam, que eu vou tentar dormir.

Nada do que eu digo faz sentido?

Se conhecessem a pessoa que eu conheço, faria!

Este vazio... este grande vazio... e a solidão, ganhando cada vez mais terreno.

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