terça-feira, 30 de março de 2010

Sacrilégio

Mas quem foi o hediondo pecador que ousou pôr à venda na Telecom bolas de berlim com creme de chocolate?!?!?!

A BOLA DE BERLIM tem que ter o creme de BOLA DE BERLIM! Por isso se chama BOLA DE BERLIM e não bola de chocolate!!... Entendem?

No imaginário de qualquer português que vai à praia, Berlim é uma cidade alemã de creme amarelo, doce, massudo, pecaminosamente delicioso e peganhosamente fiel ao bolo que a envolve.

Acham que eu estou a exagerar? Isto, meus amigos, do chocolate dentro da bola de berlim é tão grave para a história da doçaria portuguesa - e porque não dizer mundial? - como seria grave para a UNESCO se dentro do Coliseu de Roma plantassem couve galega!

No dia em que o Cristo Redentor do Rio de Janeiro tiver piolhos, eu comerei a bola de Berlim com creme de choco... arg!

Antes disso, JAMÉ!

sábado, 27 de março de 2010

Espantos II

Espantam-me aquelas pessoas que são políticamente incorretas só porque é políticamente correto sê-lo.

sexta-feira, 26 de março de 2010

A importância DISSO

Pensem bem: o que é que todos os telefilmes americanos têm em comum, para além da bandeira a ondular ao vento, das gajas magras que acordam maquilhadas e dos psicopatas que querem ser apanhados pela polícia?
O que é que acontece sempre que um norte americano se aproxima de outro norte americano? - Pois bem, o norte americano que se aproxima fará impretrivelmente ao norte americano que é abordado a pergunta mágica:

«- Do you want to talk about it?».

Vamos lá a ver se nos entendemos: eu não tenho nada contra as pessoas que querem saber da vida dos outros. Se não vamos saber da vida dos outros, vamos saber do quê?

O que me irrita profundamente, com uma irritação figadal, é o psicólogo frustado que vive dentro de cada americano!

Ontem, em mais um desses episódios de uma dessas séries de um desses canais, o amigo A ao ver uma ruga expressiva na testa da amiga B, aproxima-se, ficando no entanto à distância suficiente para não invadir o politicamente correcto espaço íntimo dela, e dispara «Do you want to talk about it?», ao que a amiga sorri e, como é da praxe nesta situação, põe-se a encher chouriços, que é o mesmo que dizer, muda de conversa e fica a melancolicamente a falar da esterelidade das palavras fúteis, já que o mistério da sua dor enrugada ainda teria de render uma meia-horita de filme.

E renderia, se a melancolia não fosse uma ameaça de estado num país que só vê com bons olhos as lágrimas da estagiária com esperma no vestido derramado na sala oval. Think Positive!
Ah... nada como uma tragédia dinamarquesa para nos emudecer a alma. Veja-se o «Breaking the Waves», por exemplo, e depois venham-me cá perguntar se quero falar disso!
Por puro exercício mental, imagino cena idêntica num qualquer canto do território luso:
Chega-se o tuga A à beira da tuga B:
- Queres falar disso?
- Disso o quê?
- Ó pá... disso... da tua ruga na testa.
- Deves ter muito a ver com isso! Tás a dizer que eu tenho rugas?
- Ó mulher, claro que não... é uma maneira de dizer... mas pronts... eu respeito a tua intimidade. Se não queres falar, não falas.
- Ah não, não e não!! É tipicamente teu! Primeiro chamas-me de velha, depois mandas-me calar e ainda por cima me fazes assédio sexual.
- Mas... tás maluca ou quê? Qual assédio?
- Isso da intimidade é o quê?? Vais-me dizer que é só para ver a tua coleção de selos, não?!
- Er... e como sabes que tenho uma coleção de selos?
- Tens?
- Tenho.
- E é grande?
- 15 cm.
- Não queres falar sobre isso... em tua casa?
- ...
Decididamente falar «disso» é coisa que os portugueses não sabem! Deve ser por «isso» que também não sabem fazer filme...

domingo, 7 de março de 2010

Viajar

Preciso viajar... preciso desesperadamente de viajar. Sair da pequenez que me sufoca.

terça-feira, 2 de março de 2010

Conselho de avô

Como dizia o meu avô, «O importante é ter saúde e não mijar nunca contra o vento».

PS - Não sei se o meu avô dizia isto, mas se não disse, deveria ter dito, que isto mais parece ser conselho de avô