Os gajos são bons a fazer filmes, honra lhes seja feita: boa iluminação, bons sets, bons efeitos, boa montagem, bons actores, tudo caro e topo de gama... e, no entanto, paira sempre no ar aquela sensação de que o dinheiro não chegou para o psicólogo.
Há nessas séries sempre alguém que gosta de alguém mas por alguma razão, que ninguém entende muito bem, não se resolve a assumir a relação ou, pelo menos, a dar uma queca com esse alguém de quem gosta sem que os complexos de culpa nos venham depois atulhar os 5 episódios seguintes.
E se resolvem arriscar e pôr "a manhã seguinte" vemos sempre a senhora em questão levantar-se com o pudor máximo do lençol a cobrir-lhe "as vergonhas" - e isto depois de, desculpem-me a linguagem, ter feito um broche ao gajo.
Uma mulher que faz um broche a um gajo, ainda para mais um bom broche, levanta-se altiva pela manhã, exibindo o corpo e orgulhosa da boca!
Mas as mulheres e homens americanos parecem nascer com traumas porque os pais se irão separar quando eles tiverem dois anos ou porque a mãe teve um namorado punk, ou porque o filho pode ficar altamente traumatizado se vir um homem em cuecas lá em casa, ou porque a namorada foi comprar fósforos e, em vez disso, comprou um isqueiro...
Claro que temo o outro lado, moderno, das séries do tipo "Boston Legal" (que, aliás, gosto imenso) ou O Sexo e a Cidade. O primeiro é uma assumida comédia assente em piadas sexistas, não há quaisquer lugar para traumas, quanto mais para sentimentos, e a segunda só fez sucesso porque focou precisamente a questão do sexo como se fosse algo de outro mundo as mulheres falarem de sexo entre si. As conversas entre mim, a Cátia, a Tatiana e a Maria teriam oferecido aos americanos séries de sucessos para os próximos 20 anos (e isto se cortarmos as cenas das descrições explícitas)!
Exijo mais franceses em Holy...wood!
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