Só somos felizes com os pequenos prazeres. Os grandes não são, por definição, prazeres. São luxos.
Nada contra o luxo, mas é de prazer que falo.
E por falar em “falo”, já repararam que o único órgão humano "exclusivamente de prazer" é o clítoris, apanágio do sexo feminino?
Não consegue a pobre Ciência encontrar-lhe outra função que não seja a de dar prazer à sua “dona”. É por isso que algumas culturas cortam o prazer pela raiz, que é o mesmo que dizer que o cortam literalmente do corpo da mulher (a malfadada excisão feminina).
O verdadeiro poder está em quem o goza. Qualquer um sabe isso!
Nada contra o luxo, mas é de prazer que falo.
E por falar em “falo”, já repararam que o único órgão humano "exclusivamente de prazer" é o clítoris, apanágio do sexo feminino?
Não consegue a pobre Ciência encontrar-lhe outra função que não seja a de dar prazer à sua “dona”. É por isso que algumas culturas cortam o prazer pela raiz, que é o mesmo que dizer que o cortam literalmente do corpo da mulher (a malfadada excisão feminina).
O verdadeiro poder está em quem o goza. Qualquer um sabe isso!
Assim sendo, como pode Deus dar o gozo às mulheres e prometido o poder aos homens? Ter-se-á enganado? Impossível!! Deus não se engana! Quem se enganou foram as mulheres que resolveram nascer com clítoris!
Há então que pôr as coisas no seu lugar: O prazer fora do corpo feminino e a César o que é de César!
Mas por onde entrei eu? Não tinha em mente nenhuma apologia feminista quando comecei a escrever este post. Dedos traidores, estes meus! São como o clítoris: vão ao sabor dos movimentos ;)
Falava então eu de pequenos prazeres... Dos meus pequenos prazeres.
Pois bem, um deles é tomar o pequeno-almoço no café.
Não é o pequeno-almoço em si... (para falar a verdade, em casa preparo-o melhor) É, sim, o jornal que leio, as opiniões que ouço e das quais, muitas vezes, discordo, as notícias do bairro, as pessoas que vejo e que muitas vezes nem conheço (aquele senhor que está lá todos os dias, na mesma mesa, a fazer as palavras cruzadas, as amigas que se encontram antes de ir cada uma à sua vida, os velhotes que discutem os golos que ontem não foram marcados, a senhora que entra cansada e pede um galãozinho e um pastel de nata “apesar de o médico ter proibido definitivamente os bolos... mas pastel de nata não é bolo, é prazer”).
Ir ao café é dos rituais portugueses que eu mais gosto e que mais prazer me dá. O café é o sítio onde nos sentimos verdadeiramente iguais e portugueses. Qualquer estrangeiro que se queira integrar tem que começar a fazê-lo pelo café e não pelo SEF. O SEF dá os documentos; o café, a identidade! Ali o conhecerão, o avaliarão, lhe indicarão casa para alugar naquela rua, lhe darão trabalho, lhe apresentarão o país. Ali fará amigos. Ali torna-lo-ão português.
O café é o sítio onde realmente nos conhecem e o demonstram. É o sítio onde o empregado não é empregado: é um psicólogo com memória de elefante que sabe quem bebe a bica pigada e em chávena escaldada, quem a toma curta, quem prefere o carioca e quem gosta dela cheia; é aquele que sabe que o meu galão “é morno, normal, com café de máquina” e a minha sandes é "de queijo, em pão mal cozido e obrigatoriamente com manteiga".
O café é onde sabemos de tudo e tudo sabe de nós. É onde nos sabemos verdadeiramente parte de uma sociedade.
O café é onde está a verdadeira democracia: pela mesma chávena bebe o operário e o patrão, à mesma mesa se senta a estudante e o pedreiro, do mesmo jornal lê o semi-analfabeto e o doutor.
Ir ao café pela manhã e ficar lá perdida, sem pressa, a observar as pessoas desta minha cidade, a estudar-lhes a fisionomia, a ler o jornal (até as gordas do horrível Correio da Manhã soam menos trágicas) é, sem dúvida, a melhor maneira de eu começar o dia.
Luxo algum me poderia dar mais prazer...
Obrigada Mãe Natureza, que me deste o clítoris e os cafés portugueses!
Ir ao café pela manhã e ficar lá perdida, sem pressa, a observar as pessoas desta minha cidade, a estudar-lhes a fisionomia, a ler o jornal (até as gordas do horrível Correio da Manhã soam menos trágicas) é, sem dúvida, a melhor maneira de eu começar o dia.
Luxo algum me poderia dar mais prazer...
Obrigada Mãe Natureza, que me deste o clítoris e os cafés portugueses!
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